ano 01 - nº 02

 

O poder e a importância do voto jovem

Em quinze anos o número de jovens alistados na justiça eleitoral caiu quase metade


Mariana Antonella dos Santos


                Este é um ano de eleições municipais, quando a população decidirá os futuros prefeitos, uma definição que também está nas mãos do jovem, mesmo sendo facultativo o voto para quem tem entre 16 e 18 anos. O voto é a ferramenta primordial que concede direito de se exercer a cidadania. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que há uma queda no número de jovens de 16 e 17 anos que tenham título de eleitor. Por isso, em outubro de 2007 o TSE desenvolveu uma campanha com o intuito de incentivar esses adolescentes a tirarem o título. A mensagem vinculada é “se você tem 16 ou 17 anos, você pode dizer o que pensa, mas sem o título de eleitor você não será ouvido. Seu título é a sua voz. Faça seu título de eleitor, seja ouvido. Decida o futuro do seu país.” 

Segundo promotor um cidadão só exerce plenamente seus direitos ao votar

                As estatísticas da Justiça Eleitoral apontam que, em outubro de 1992, o número de eleitores com 17 anos era de 1.822.639 (2,02%) e de 1.398.841 (1,55%) com 16 anos, respectivamente, chegando a 3,57% do eleitorado. Em junho de 2007, o número de jovens eleitores com 17 anos era de 1.584.199 (1,26%) e de 507.939 (0,4%) com 16 anos, perfazendo um total de 1,66%. O objetivo da campanha de conscientização é aumentar o número de eleitores nessa faixa etária, que caiu quase metade entre outubro de 1992 e junho de 2007.

                Para Renato Fanin, 35, promotor da Justiça Eleitoral de Limeira, o voto é importante por ser uma demonstração de cidadania. “Para exercer plenamente seu direito de cidadão é preciso votar”, frisa. Questionado sobre a falta de consciência dos jovens em relação à política no país, Fanin afirma que “falta um pouco de participação, mas não há como generalizar, existem hoje muitos jovens com uma consciência política muito avançada.”
                A estudante Érica Caroline Giusti, 17, tirou seu título na eleição de 2006 e conta que para ela votar é importante. “É nessa hora que exercermos nossa cidadania. Mas também temos que lembrar em quem votamos, para que na hora que essas pessoas estiverem nos representando nas Câmaras e no Senado, possamos cobrar que os direitos sejam respeitados e deveres realizados”, observa. Outra estudante que comenta sobre a importância do seu voto é Janna Battistella, 17. “Sei que o candidato que escolher poderá ajudar e/ou prejudicar o futuro do país, portanto a consciência é fundamental na hora de votar,” aconselha.

                Já a estudante Caroline Oliveira, 17, pretende ainda este ano tirar seu título de eleitor. “Quero poder opinar naqueles que representam meu país e sei que a minha opinião pode fazer a diferença”.

               

“Quero poder opinar naqueles que representam meu país e sei que a minha opinião pode fazer a diferença”.

                                                                           É o que afirma o promotor da Justiça Eleitoral, Renato Fanin, ele acredita que poder de influência desses jovens em uma eleição é grande. “Se todo o eleitorado jovem de uma cidade se concentrar em um candidato ele tem chances de ser eleito,” salienta. Fanin acredita que falta integração dos adolescentes na política e ressalta ser “preciso um trabalho conjunto, não só governamental, da Justiça Eleitoral ou do TSE, mas também das entidades estudantis e, principalmente, o respaldo familiar. Infelizmente, boa parte das famílias não tem contato com política”.    

                No Brasil, a lei eleitoral prevê que o voto é facultativo também para quem tem mais de 70 anos. Os adolescentes interessados em tirar seu título de eleitor devem procurar o cartório eleitoral de sua cidade. Para a emissão do título é necessária a apresentação da carteira de identidade ou certidão de nascimento ou casamento.

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